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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Fios da teia

Oláaaa !!!

Anne is back nas crônicaaas !!! Hahaha


Bom , com tristeza tenho que lhes dizer que esse é meu último post por aqui.

E nesse clima despedida vamos a minha última crônica!



Andei por essa imensa escola que me acolheu durante todos esses anos e por cada lugar que passei havia uma memória estampada.

Cada esquina , cada canto de armário, cada percurso , tinha uma história a contar.
Nessa minha caminhada de devaneio nostálgico , me veio a mente um pensamento metafórico.

No final , somos apenas pequeninos fios.

Seguindo sempre unidos.
 Alguns fios mais juntos que outros , mas todos enrolados num todo.
Com o passar do tempo os fios vão se unindo mais e mais , uns saem da zona de convergência , porém sempre ficam marcados e os outros continuam...

 E então três dias depois , ao entrar pela última vez na sala e ver todos , vi todos aqueles fiozinhos me fitando.
Fiozinhos tão enrolados um ao outro que por força maior acima de suas vontades, ou maldade do sistema,  quem sabe? , agora tinham que se separar  e seguir caminhos distintos.

Mas vou falar algo a vocês :

Esses fios de existência, por mais longe que estejam  ligam-se um ao coração do outro se unindo para sempre.


Isso não será um Adeus , e sim um até logo na teia da vida.





Com amor, Anne :) .








quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Igualdade inexistente

Ola pessoal, tudo bem??
Sabrina de novo, nas crônicas! sejam bem vindos e espero que estejam gostando, bom, essa sera minha ultima crônica, entao espero que gostem! O tema de hoje se baseia no ataque terrorista do Estado Islâmico sobre Paris, espero que gostem.
                                           Igualdade inexistente
Me chamo Louis Blanche, tenho 9 anos e estudo na escola publica de Paris.
Como todos os dias, fui para a escola com minha mae, e no radio ouvimos uma noticia sobre um povo diferente, um povo estrangeiro que entrou em nosso pais para fugir de um grupo terrorista.
Minha mae, logo ficou assustada, dizendo que era perigoso deixar "essa gente" entrar, e curioso eu a perguntei o por que. Mamae nao quis me responder, disse que eu era muito novo para entender um assunto tao complexo.
Assim, chegando na escola, sentei na carteira e esperei a professora como todos os dias. Mas, naquele dia, a professora chegou com um novo aluno. Toda vez que um aluno novo entra no colégio, a professora nos apresenta ele e assim começa a aula, e foi exatamente o que ocorreu neste dia.
O novo aluno era esquisito, diferente. Ele usava uma roupa engraçada, e tinha uma aparência tao diferente de todos. Seus olhos e cabelos escuros, sua pele morena e um grande nariz. Ele so olhava para o chão, parecia estar com medo. Quando a professora falou seu nome, todos riram, por ser um nome tao esquisito. Seu nome era Mustafa Ikram. Ele se sentou bem do meu lado, e nao levantou a cabeça, continuou olhando para o chão, tao assustado...
Na hora do intervalo, Mustafa saiu da sala e se sentou no banco mais longe do pátio, mas todos os meus amigos foram chatear ele, falando que ele era estranho e que era pra ele ir embora. No mesmo instante, eu sentei do lado dele e mandei meus amigos irem embora, e assim eles se foram.
Assim, ele olhou para mim e me agradeceu. Sua fala era esquisita, parecia que tinha a língua presa ou sei la. Mas em poucos dias, viramos grandes amigos.
Em um dia qualquer, depois da escola, chegando em casa, encontro minha mae chorando. Correndo vou ver o que aconteceu, e na tv a noticia de que muitas pessoas morreram em um lugar de shows muito bonito de Paris chamado Bataclan. Parece que uma das amigas da minha mae estava la dentro, e infelizmente nao conseguiu sair de la, por isso ela estava chorando. E o telejornal sempre falava num grupo chamado Estado Islâmico. Nao sabia quem eram, mas esses homens pareciam muito com meu amigo Mustafa. Por que fizeram tanta maldade?
Ao chegar a hora de dormir, mamãe me pediu um favor. Ela pediu que eu me afastasse de Mustafa, e disse que seu povo era perigoso. Nao entendi muito bem, mas so concordei por que ja estava com sono e queria dormir.
No dia seguinte, na escola, Mustafa nao veio para aula. A professora chegou e disse que tinha algo importante para nos falar:
- Crianças, o nosso colega de classe Mustafa nao vai mais estudar conosco, por problemas em seu povo.
Assim que ela disse isso, me perguntei o que sera que esta acontecendo. No fim da aula, fui atras da professora procurando uma explicação. Perguntei para ela quais eram os problemas de Mustafa, e assim, a professora me levou para a sala dela e disse que iria me explicar por que ja sou um menino grande.
Ela me disse que seu povo era o mesmo povo que tinha se refugiado aqui em Paris, e também me disse que era o mesmo povo que matou todas aquelas pessoas naquela noite na casa de shows. Fiquei muito triste ao saber disso, mas perguntei para professora se ela sabia se a familia de Mustafa tinha feito o ataque. Ela disse "nao, mas essa gente é tudo igual, nao se misture com eles Louis, pela sua própria segurança".
Andando de volta para casa fiquei pensando, por que Mustafa seria um perigo para mim? Nos eramos tao amigos, tao iguais, somos crianças. Talvez esse grupo malvado que tenha feito mal para nos nao seja o mesmo se refugiou. Mustafa me disse que ele era um refugiado, ele nao era mal.
Nos dois temos coração, ossos e cérebro. Por que ele seria tao diferente de mim? Talvez minha mae tenha razão, eu sou muito novo para entender tal coisa, mas sei de algumas coisas...
Sei que Mustafa nao é diferente de mim.
Sei que expulsar ele da escola foi errado, nao foi ele que fez o mal, foi um grupo que tem a mesma origem que ele, mas eles nao pensam igual.
Sei que para nos, esses sao os terroristas, mas para o povo deles, eles sao heróis. So depende do lado que o homem esta. 
Mas uma coisa nao entendo, o por que de esta violência toda estar acontecendo. Se somos todos iguais, se eu consegui ser amigo de Mustafa, por que os adultos nao conseguem? Talvez, o mundo tenha que pensar como nos crianças, esquecer dessas brigas pra ver quem mais forte, e aceitar as diferenças, e respeita-las.
Na escola aprendi a nunca julgar alguém por sua aparência, mas a própria escola fez isso.
Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, sempre vai ter guerra.
Por que nao conseguimos viver na igualdade? Vivemos em um mundo onde todos os dias vemos campanhas a favor dessa "igualdade", mas na verdade, vivemos em uma sociedade de igualdade inexistente.

                           
Lembre-se, nem todos sao terroristas. Somos todos iguais. 
Beijinhos, Sabrina :)

terça-feira, 17 de novembro de 2015

O poder de ser invisível

Olá gentee !!!

Anne is back hahaha  A partir de hoje assumo de novo o posto nas crônicas !!


Bom, vamos lá...

Num daqueles dias nublados em que as horas parecem passar mais devagar , me peguei num momento de devaneio, pensando em como agora aqueles sonhos de criança que eu costumava ter soam absurdos.
É engraçado pensar que por exemplo quando eu tinha 6 anos , eu não queria ser apenas uma coisa. A ideia de ter a obrigação de ser apenas uma coisa para o resto da minha vida me entediava só de pensar.
 Eu não queria apenas uma, queria várias !
 Queria ser bailarina , veterinária e cantora ! Tudo junto e misturado , sem complicações e claro, como agora posso ver ; sem juízo também.
E enquanto lá atrás aquela garotinha perdida no espaço- tempo , almejava ambiciosamente exercer 3 funções , eu, o resultado ambulante de todas as metamorfoses dela , mal consigo escolher uma.
Irônico , não?
Por vezes chega até a ser meio cômico o modo como o crescimento e o enfrentamento da realidade acabam por desencantar todos aqueles antigos sonhos bobinhos.O famoso amadurecimento...

E não é só com sonhos que isso acontece , mas com desejos também.

Que criança nunca desejou ter algum poder , poder de ler mentes , voar  e o meu favorito : poder de ser invisível?
Para uma criança , a ideia de ser invisível , ver coisas sem ser visto e fugir de situações desagradáveis  é simplesmente irresistível. Pelo menos para mim era.

Porém no mesmo dia nublado de devaneio que comecei a ter essas reflexões , passo por uma situação em que ser invisível não é tão irresistível assim.

Desculpe não ter citado , mas se tratava de uma quinta-feira, aquele pleno dia em que as pessoas já começam a esperar ansiosamente pelo fim de semana.
Pela janela do carro , um pouco aberta sinto um dos melhores cheiros que nosso olfato pode desfrutar ; cheiro de churrasco.
Depois de alguns metros avisto a origem dele.
Uma enorme churrascaria imponente. Dentro , um formigueiro de humanos se empurrava e espremia para pegar uma mesa ou até para pagar e sair do local.Lá parecia ser o tipo de ambiente que ficaria insuportável se não houvesse ar de condicionado e era o tipo de local que mesmo sem ver , você certamente sabia que havia ar condicionado.
Do lado de fora , aquele tipo de clima bipolar : sem sol, porém muito abafado.
E um homem invisível na porta.
Com vestes pretas , rasgadas e sujas , ele vegetava ali, no meio de toda aquela confusão de carros entrando e saindo do estacionamento.
Passavam , uma , duas , três , pessoas. Ele retribua a indiferença delas nem virando a cabeça para acompanhá-las com o olhar.

Acho que sentir o cheiro,devido a fome que devia sentir, era algo que fazia com que ele se sentisse mais existente nesse mundo, um ser infiltrado além da barreira invisível que o separava das pessoas.

E mais uma vez , nessa flutuação entre dois reinos distintos de sonhos infantis e de realidade amaDUREcida enxergo o quão pode ser amarga a transição desses dois reinos.



terça-feira, 3 de novembro de 2015

Perfeitas Imperfeições

Olá pessoal, tudo bem? Sabrina aqui de novo! 
Eu vou escrever a crônica de novo essa semana! Espero que tenham gostado da minha crônica da semana passada, sei que estava muito longa, mas essa semana vai ser curtinha tá? Então, vamos la... 
              Perfeitas Imperfeições 
Na vida, convivemos com as mais diferentes pessoas. No entanto, nos dias de hoje, a necessidade capitalista da padronização da população as vem deixando iguais, com pensamentos iguais, estes são vistos como perfeitos, criados pelo sistema perfeito, a vida perfeita. Aqueles que saem do padrão, são as pessoas imperfeitas. Aqueles que sofrem todos os dias por serem diferentes, não recebem seu valor. Me interesso por tais pessoas,essas, para mim, são as perfeitas imperfeições.
Ainda me lembro do dia em que ela entrou na sala pela primeira vez. Era a criatura mais linda que ja havia visto. Suas curvas, seus cabelos encaracolados, seu nariz achatado, sua altura exagerada, suas sardas, seus óculos, seu jeito estranho de andar, seu olhar triste, sua fragilidade. Lembro-me que me apaixonei na hora. Ela ainda não sabia, mas seria minha esposa. Ainda não sabia, mas era a minha perfeita imperfeição. 
Mas, as pessoas da minha sala reagiram de outra maneira. Ao entrar na sala, as pessoas faziam som de abelha. Sussurrando sem parar, e as vezes uma risada ou outra.
Assim, ela foi, sentou na ultima carteira da sala e se escondeu em seus grandes cabelos pretos. 
Assim que acabou a aula, fui o primeiro a falar com ela. Seu nome era Laura. Sua voz fina era a voz mais angelical que ja tinha ouvido.. Não podia mais negar, estava apaixonado. 
Mas na saída, ao procurar ela, vi meninas a xingando e rindo, enquanto a empurravam contra a parede. Suas palavras fortes e tristes.  Essas cenas me faziam lembrar de quando os meninos me zuavam, me batiam, me maltratavam do mesmo jeito. 
Não conseguia entender o por que faziam isso, ela é tão legal, tão bonita, tão diferente... Diferente,por isso. 
Desde este momento, Laura se escondia todos os dias, não falava com ninguém, andava sozinha, nao queria ninguém. Ate o dia em que fui atras de meu amor. Fui ate ela e assim viramos melhores amigos. Ficávamos o dia inteiro juntos. A noite, ela me ligava e de fim de semana, ficávamos ate madrugada conversando. Com ela, o assunto nunca é o mesmo, ela é diferente. Ficamos juntos assim durante meses, mas ao lado dela, o tempo corria, pois nunca vai ter tempo suficiente para eu me cansar dela.
Hoje, me preparei (fisicamente ate), criei coragem e a chamei para sair. Eu estava muito confiante. 
Mas sua resposta me surpreendeu. Ela me negou um encontro. Não entendia o por que. Fiquei mal, fiquei triste, fiquei acabado. 
Agora, pensando bem, entendo por que tinha me recusado, a minha perfeita imperfeição tinha me rotulado, como todos os outros. Eu para ela sou uma perfeita imperfeição. 
Beijinhos Sabrina :)

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Ola pessoal! tudo bem? Sabrina Aqui (a menina dos filmes)
Sei que isso pode parecer estranho, mas essa semana troquei com a minha amiga Anne e fiquei com as Crônicas! Vai ser difícil acompanhar o bom trabalho dela, mas vou tentar ne? Agora que ja me expliquei…

Mais um dia começava e como sempre, acordei, tomei banho, bebi meu cafe e fui ao trabalho, somente um dia como todos os outros, pelo menos era o que eu pensava.
Ao entrar em minha sala, minha assistente chega com minha correspondência, sempre as mesmas contas, propagandas e mais contas. Mas naquele bolo de cartas, um envelope roxo me chamou atenção. Rapidamente, peguei o envelope, e me surpreendi, pois este nao vinha com endereço, somente com um nome, Bruna Magnolli, que por surpresa minha, era uma das minhas executivas. 
Assim, abri a carta e nela estava escrito exatamente:
"Prezado Sr. Gonzales,
Estou escrevendo esta carta como um manifesto aos meus direitos nesta empresa. Ontem ao almoçar com meu colega também executivo, Rubens Carvalho, descobri que meu salário seria 30% menor, e gostaria de uma justificativa, por isso marquei uma reunião com o senhor hoje as 16:00. 
Muito Obrigada pela atenção, Magnolli."
Surpreso com o manifesto, continuei meu dia normalmente, mas sempre pensando no que dizer a ela. A verdade é que nunca pensei que uma mulher iria se incomodar com tal fato, esta seria a primeira a alem de se incomodar, me questionar. O que falar para alguém assim?
Depois do almoço fui para a sala e esperei dar o horário marcado. Como sempre, Bruna foi pontual. Sentou-se do outro lado da mesa e me disse:
- Boa tarde Sr. , sem mais delongas, gostaria de lhe perguntar o por que de meu salário ser 30% menor que o do Rubens. 
Abismado com sua atitude forte e sua fala direta, respondi:
- Senhorita Magnolli, seu salário esta certamente no valor correspondente a seu trabalho. 
- Entao por que o Rubens ganha mais? Ele esta no cargo correspondente ao meu, e se nao me falha a memória estou na empresa a mais tempo que ele. Gostaria, com todo respeito, de uma resposta valida.  
Por alguns segundos, longos segundos, fiquei sem fala. Nao sabia o que falar. Nunca imaginei que uma mulher teria tanta atitude assim. Mas nao podia demonstrar que nao estava preparado para a situação, entao pedi educadamente que se retirasse da sala e que este assunto teria que ser resolvido com o tesoureiro da empresa e que eu mesmo iria tomar providencias sobre a situação do salário. 
Ao se retirar, Bruna disse com o tom de voz baixo "ate sexta-feira irei aguardar sua resposta".
Saindo da sala aliviado, pensei comigo mesmo que teria me livrado da maior cilada. Estava aliviado e sinceramente, ate tinha me esquecido do que tinha prometido a Bruna, alias, ela pode ter tido seu momento de rebelde, mas é so uma mulher. O que poderia fazer? Alem do mais, sou seu chefe.
Assim os dias se passam e a sexta-feira chega, e de manha lembro dessa bendita promessa que a fiz, mas novamente penso "ela nao vai me cobrar, ela é mulher..".
Ao chegar no escritório  como todos os dias. recebo minha correspondência e minha agenda da secretaria. Tudo normal. Assim como um raio, Bruna surgiu em frente a minha sala e me olhou pela janelinha pequena da porta, e por um segundo nossos olhares se cruzaram, mas assim que percebi, desviei como se nem tivesse visto. Neste exato momento, consegui ouvir Bruna se afastando da sala e ao mesmo tempo, senti seu ódio de longe, e naquele momento eu soube, que minhas decisões iam ter conseqüências. Mas novamente, o que poderia ser de tao grave afinal? 
Passa o fim de semana, e em minha cabeça tocam reprises do olhar de Bruna e seu ódio enorme pelo escritório. Ansioso por segunda-feira, fiquei pensando nela. 
Segunda-feira, eu sentado em minha poltrona, com a porta aberta, olhei por ela e procurei a Bruna, e esta nao se encontrava. Andei pelo escritório a sua procura, e mesmo assim, nao achei. Após as 10:00, Bruna aparece no escritório naturalmente, como se o dia de trabalho começasse naquele horário mesmo, e nao as 8:00. Mas como sabia de seu possível ódio por mim, a deixei quieta. 
Exatamente as 16:00 horas, Bruna pegou suas coisas e foi embora, novamente, naturalmente. Seu horário de saída era 18:00. Fiquei revoltado.
E este comportamento se repercutiu a semana inteira, e eu com receio de irrita-la, fiquei quieto, ate sexta-feira. 
No horário do almoço , tomei coragem e a chamei para conversar sobre seu comportamento inadmissível. Assim que sentamos lhe questionei :
- Me explique o por que de seus atrasos e suas saídas do escritório mais cedo. 
E entao com o peito estufado, Bruna disse em alto e bom tom:
- Com todo o respeito Sr. Gonzales, como minha situação de salário nao foi resolvida, e o Sr. mesmo tinha me dito que meu salário correspondia ao meu trabalho, estou fazendo exatamente o que você disse. Estou trabalhando pela quantidade que recebo, ou seja, tirei 30% de meu horário de trabalho pois nao esta incluso em meu salário e irei continuar assim ate que o salário esteja justo e igualitário independente de gêneros. 
Surpreso, fiquei sem resposta, literalmente. Nao conseguia falar. O silencio foi tao longo que ela mesmo se retirou e disse "ate amanha Sr." com uma naturalidade...
Voltei para casa, e nao conseguia tirar suas falas de minha cabeça, seu discurso de igualdade e sua persistência pelo o que quer. Ja estava decidido, seu salário seria igual a de Rubens na segunda-feira, mas aquela imagem que eu tinha de mulher ser o sexo frágil, realmente nao continua em minha vida.. Ela é diferente... 
Beijinhos, Sabrina :) 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Evolução?


Estamos virando Chewbaccas.

Grunhidos substituindo a comunicação.

O menino com uniforme cinza entra na perua :

---- Huum --- Tradução: Bom dia.

O perueiro num tom um pouco abaixo responde uma variação de :

--- Hum --- Tradução : Bom dia ( soando meio mal- humorado.)

Uns dias depois num apartamento :

--- Você vai querer sair amanhã? --- pergunta a senhorinha a seu marido.

O velhinho mal tira os olhos da Tv onde está vendo seu filme de Velho-oeste e resmunga :

---- Huuum --- Tradução: Não , não quero.

E sua esposa diz :

---- Ok , então sairemos terça , certo?--- e fica parada esperando a resposta.

---- Hum. --- Tradução : Tá , mas deixe-me terminar de ver o filme.

E a moça pergunta :

--- Como você sabe o que ele está dizendo ?

---- Cada grunhido tem um tom , tom mais baixo e arrastado é não , tom mais curto é : "ta".E as vezes ele fala também.

E assim continuaremos com essa realidade, até que nossas cordas vocais percam toda sua elasticidade por falta de uso , e poderem adquirir uma nova função de enfeite em nossas gargantas ou até virarem um apêndice na outra extremidade do corpo.
Podem até, quem sabe, serem retiradas e servirem como lembrança de uma época cansativa em que ainda tínhamos que gastar energia com a fala.

E então , com o tempo uma nova espécie humana nascerá : O homo tecnogis. Dedos sarados , mentes do tamanho de uma uva e os 5 sentidos restritos a : Tato (para o touch do celular), Visão ( ler as mensagens) , Audição ( Ouvir aúdios de whatsapp) , Paladar ( Bom salientar que ele se restringirá a porcarias enlatadas ou ensacadas , porque não haverá tempo para cozinhar nada , estaremos com as mãos ocupadas na telinha brilhante ) e Olfato ( que não será tão usado).
Não serão apenas alterações corporais , meus caros, as nossas queridas palavras serão antiquadas e ultrapassadas .
Uma nova reforma ortográfica transformará de vez : você em vc , certeza em crtza , gente em gnt e assim por diante .


Quanto mais reduzido melhor ! Essa é a nova regra!

Não é maravilhoso ? Quanto menos comunicação real melhor ! Terá muito mais tempo para nos dedicarmos e deixar nossos dedos saradinhos no teclado virtual !

 Desconectar-se é uma tarefa extremamente árdua nos dias de hoje , sinto isso na pele também , assim como todos os dessa nova geração. Mas é necessário caso não queiramos em breve ver escrito em algumas placas de aviso uma mensagem de cunho apocalíptico :

" Preparem-se humanos menos evoluídos . O homo tecnogis está chegando".


Feito por : ANNE :)

terça-feira, 22 de setembro de 2015

A menina do banco

Não sei ao certo a frequência com que ela vai áquele lugar, mas pelo menos uma vez ao mês eu a via sentada naquele banco.
Ele ficava atrás dos prédios de seu condomínio e acima dele reinava uma enorme amoreira.

A amoreira costumava ser bem bonita e majestosa e dava frutos bem gostosos quando estava na época, porém com o tempo ela foi atrofiando-se pela ação de meninos que ficavam se pendurando nela e por erros cruéis de poda cometidos pelo jardineiro.

Mas , sempre que eu passava por ali e a via sentada naquele pequeno espaço que parecia ser um pouco isolado da loucura do mundo , eu conseguia notar a infinidade de coisas que passavam pela sua cabeça, que parecia ser pequena demais para tantos pensamentos.

Ela com certeza era uma das pessoas que não conseguem colocar suas frustrações para fora da maneira convencional.

Porém , sempre que a vejo tenho a impressão de que quando ela pegava um papel e uma caneta...
O mundo começava fluir a sua volta.
Aparentava ser do tipo de menina no qual todos os mais profundos temores e sentimentos afloravam em forma de palavras.
As letras flutuavam acima de sua cabeça numa nuvem de desordem e ela as juntava com satisfação.
As palavras deviam sair como flores de sua mão e caneta.As vezes flores bem bonitas e cheirosas e as vezes bem espinhosas e meio murchas.

A garota devia ser com certeza namorada das palavras. A linha do caderno era como se fosse a linha de sua vida e ela a preenchia como tal.
E o amor das palavras para com ela era possivelmente a única coisa que a aquecia por dentro , afinal , talvez elas fossem as únicas que nunca a deixariam não importa a circunstância.




segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Os propulsores da vida


Momentos. A vida é feita de momentos. 

Pequenos pedacinhos de memória bons ou ruins , alegres ou tristes , os espetaculosamente memoráveis ou os que você só faz questão de esquecer, aqueles que te ensinam lições para o futuro e aqueles que são tão insignificantes que o cérebro apaga.

Diferentes um do outro , eles só possuem uma única coisa em comum : A efemeridade deles em relação ao tempo.

 É inútil lutar , querer viver no passado ou no futuro. O tempo passa, corre de forma nada macia e foge de nós.E em nossa conta vão ficando pendentes todos aqueles momentos que por algum motivo ( que até hoje não entendemos) não conseguimos ter, e o mais curioso desses tipo de momentos que não ocorreram é que assim como os outros que existiram , eles ficam bem grudadinhos na nossa cabeça e consciência.

Não me entenda mal, caro leitor. O tempo não é um vilão. Afinal , Alice nunca teria conhecido o país das maravilhas se não fosse pelo coelhinho obcecado pelo tempo. 

O tempo é um cara legal, cura feridas , muda pessoas para melhor , ensina lições...

Mas o que eu quero realmente dizer com todo esse "lenga-lenga" é que cada momento é algo verdadeiramente precioso.

Se houvessem lojas que vendem coisas não compráveis , o dono da loja de momentos com certeza seria o mais próspero. Eu mesma acabaria com o estoque dele.

Também não temos que ser igual o coelhinho e sua obsessão e ficar dizendo "estou atrasado, estou atrasado" , temos que viver levemente e aproveitando cada segundo de forma suave.
Parar um pouco de querer adiar tudo e querer passar rápido pelas ocasiões que não são tão legais ao nosso ver e começar a ver que cada minuto seja agradável ou não , é um pedacinho da rosa do "viver". A rosa possui espinhos? É óbvio que possui. Mas isso também faz parte da beleza dela.

E nunca esquecer : 

Momentos. A vida é feita de momentos.


FEITO POR : ANNE :)




quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Cinza : a cor do esvaecimento.


E quando olho ao meu redor , seja andando pela rua esburacada , seja olhando pela janela do carro , observo apenas pessoas envoltas em suas bolhas de perfume e em sua atmosfera musical.Elas andam por aí , totalmente paranóicas por manter seu "espaço vital " a salvo de qualquer um que possa perturbá-lo.

Um "Bom dia" vindo delas é quase tão raro quanto ouvir um "Eu te amo" verdadeiro.

São como verdadeiros fantasmas , sem expressão alguma, andando por aí.

Passam todos os dias pela mesma rua , pelo mesmo caminho , mas estão flutuantes demais em seus pensamentos e problemas , para reparar o quanto a paisagem que era tão bonita acinzentou- se . 

Olhando essas pessoas é tão complicado imaginar que cada uma delas foi uma criança brincalhona a um tempo atrás.

Mas , igualmente a paisagem na qual elas não reparam agora , foram aos poucos perdendo sua essência , ao longo das intempéries da vida e por fim elas acinzentaram -se.

Feito por : Anne :)







quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Um muro invisível


       Era apenas mais um dia de conselho de classe em minha escola. Seria de praxe que eu ficasse em casa como faço em todos os dias iguais a esse, porém devido a uma ida inadiável a uma loja , tive que sair de minha zona de conforto.

       Fui ao shopping e resolvi o que tinha que resolver , no trajeto de volta acabei presenciando uma cena que ocorre todos os dias , mas que apesar de morar tão perto nunca havia visto , por questão de incompatibilidade com meus horários rotineiros.

      Ali no km 24 da Raposo Tavares , uma massa de uniformes brancos saía do colégio particular Rio Branco e a menos de 5 metros uma massa de roupas extremamente variadas e coloridas saía da escola pública Vinicius de Moraes.

     Jovens de idades similares , com os mesmos hábitos : celulares na mão , fones de ouvido , tentando ter os tão almejados auto-conhecimento e aceitação da adolescência,caminhavam tranquilamente sozinhos ou em meio a seus grupos de identificação...

      Tão similares e tão diferentes ao mesmo tempo.

      Jovens com realidades totalmente distintas.

      Olhando no rosto de alguns  tanto da massa branca quanto da colorida ,podia-se claramente perceber que existia um muro invisível erguido diante das duas escolas , que eles certamente não faziam a mínima questão de ultrapassar.

      Um muro bem transparente que para essas duas massas já era tão usual que elas nem davam-se conta da existência.

       E nesse dia descobri , que todo final de período escolar durante todo ano letivo era assim , camisetas joviais de diversas cores misturando-se numa combinação totalmente heterogênea a olhos atentos.


Feito por : Anne :)





terça-feira, 25 de agosto de 2015

Crônica : Quem está consumindo quem ?


Quem está consumindo quem?




       No mínimo contrastante ... Um tiranossauro rex no meio da selva do consumo.
       O que estaria ele pensando vendo pessoas de todos os gêneros e idades , que hipnotizadas por propagandas e letreiros , torram seus salários inteiros em produtos que muitas vezes são inúteis em suas vidas ? 
       Certamente ele devia estar achando aquilo apavorante , mais apavorante do que a cadeia alimentar do jurássico apenas mesmo pessoas mentalmente controladas pelo tal vilão chamado consumismo. 
       Vendo toda essa cena , eu simplesmente não sabia mais por quem deveria sentir mais compaixão: se era daquelas pessoas cegas por promoções e liquidações ou se era do próprio dinossauro que tinha que assistir imóvel áqueles que supostamente são a espécie "mais inteligente ".

Escrito por : Anne :)