quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Igualdade inexistente

Ola pessoal, tudo bem??
Sabrina de novo, nas crônicas! sejam bem vindos e espero que estejam gostando, bom, essa sera minha ultima crônica, entao espero que gostem! O tema de hoje se baseia no ataque terrorista do Estado Islâmico sobre Paris, espero que gostem.
                                           Igualdade inexistente
Me chamo Louis Blanche, tenho 9 anos e estudo na escola publica de Paris.
Como todos os dias, fui para a escola com minha mae, e no radio ouvimos uma noticia sobre um povo diferente, um povo estrangeiro que entrou em nosso pais para fugir de um grupo terrorista.
Minha mae, logo ficou assustada, dizendo que era perigoso deixar "essa gente" entrar, e curioso eu a perguntei o por que. Mamae nao quis me responder, disse que eu era muito novo para entender um assunto tao complexo.
Assim, chegando na escola, sentei na carteira e esperei a professora como todos os dias. Mas, naquele dia, a professora chegou com um novo aluno. Toda vez que um aluno novo entra no colégio, a professora nos apresenta ele e assim começa a aula, e foi exatamente o que ocorreu neste dia.
O novo aluno era esquisito, diferente. Ele usava uma roupa engraçada, e tinha uma aparência tao diferente de todos. Seus olhos e cabelos escuros, sua pele morena e um grande nariz. Ele so olhava para o chão, parecia estar com medo. Quando a professora falou seu nome, todos riram, por ser um nome tao esquisito. Seu nome era Mustafa Ikram. Ele se sentou bem do meu lado, e nao levantou a cabeça, continuou olhando para o chão, tao assustado...
Na hora do intervalo, Mustafa saiu da sala e se sentou no banco mais longe do pátio, mas todos os meus amigos foram chatear ele, falando que ele era estranho e que era pra ele ir embora. No mesmo instante, eu sentei do lado dele e mandei meus amigos irem embora, e assim eles se foram.
Assim, ele olhou para mim e me agradeceu. Sua fala era esquisita, parecia que tinha a língua presa ou sei la. Mas em poucos dias, viramos grandes amigos.
Em um dia qualquer, depois da escola, chegando em casa, encontro minha mae chorando. Correndo vou ver o que aconteceu, e na tv a noticia de que muitas pessoas morreram em um lugar de shows muito bonito de Paris chamado Bataclan. Parece que uma das amigas da minha mae estava la dentro, e infelizmente nao conseguiu sair de la, por isso ela estava chorando. E o telejornal sempre falava num grupo chamado Estado Islâmico. Nao sabia quem eram, mas esses homens pareciam muito com meu amigo Mustafa. Por que fizeram tanta maldade?
Ao chegar a hora de dormir, mamãe me pediu um favor. Ela pediu que eu me afastasse de Mustafa, e disse que seu povo era perigoso. Nao entendi muito bem, mas so concordei por que ja estava com sono e queria dormir.
No dia seguinte, na escola, Mustafa nao veio para aula. A professora chegou e disse que tinha algo importante para nos falar:
- Crianças, o nosso colega de classe Mustafa nao vai mais estudar conosco, por problemas em seu povo.
Assim que ela disse isso, me perguntei o que sera que esta acontecendo. No fim da aula, fui atras da professora procurando uma explicação. Perguntei para ela quais eram os problemas de Mustafa, e assim, a professora me levou para a sala dela e disse que iria me explicar por que ja sou um menino grande.
Ela me disse que seu povo era o mesmo povo que tinha se refugiado aqui em Paris, e também me disse que era o mesmo povo que matou todas aquelas pessoas naquela noite na casa de shows. Fiquei muito triste ao saber disso, mas perguntei para professora se ela sabia se a familia de Mustafa tinha feito o ataque. Ela disse "nao, mas essa gente é tudo igual, nao se misture com eles Louis, pela sua própria segurança".
Andando de volta para casa fiquei pensando, por que Mustafa seria um perigo para mim? Nos eramos tao amigos, tao iguais, somos crianças. Talvez esse grupo malvado que tenha feito mal para nos nao seja o mesmo se refugiou. Mustafa me disse que ele era um refugiado, ele nao era mal.
Nos dois temos coração, ossos e cérebro. Por que ele seria tao diferente de mim? Talvez minha mae tenha razão, eu sou muito novo para entender tal coisa, mas sei de algumas coisas...
Sei que Mustafa nao é diferente de mim.
Sei que expulsar ele da escola foi errado, nao foi ele que fez o mal, foi um grupo que tem a mesma origem que ele, mas eles nao pensam igual.
Sei que para nos, esses sao os terroristas, mas para o povo deles, eles sao heróis. So depende do lado que o homem esta. 
Mas uma coisa nao entendo, o por que de esta violência toda estar acontecendo. Se somos todos iguais, se eu consegui ser amigo de Mustafa, por que os adultos nao conseguem? Talvez, o mundo tenha que pensar como nos crianças, esquecer dessas brigas pra ver quem mais forte, e aceitar as diferenças, e respeita-las.
Na escola aprendi a nunca julgar alguém por sua aparência, mas a própria escola fez isso.
Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, sempre vai ter guerra.
Por que nao conseguimos viver na igualdade? Vivemos em um mundo onde todos os dias vemos campanhas a favor dessa "igualdade", mas na verdade, vivemos em uma sociedade de igualdade inexistente.

                           
Lembre-se, nem todos sao terroristas. Somos todos iguais. 
Beijinhos, Sabrina :)

Nenhum comentário:

Postar um comentário