terça-feira, 17 de novembro de 2015

O poder de ser invisível

Olá gentee !!!

Anne is back hahaha  A partir de hoje assumo de novo o posto nas crônicas !!


Bom, vamos lá...

Num daqueles dias nublados em que as horas parecem passar mais devagar , me peguei num momento de devaneio, pensando em como agora aqueles sonhos de criança que eu costumava ter soam absurdos.
É engraçado pensar que por exemplo quando eu tinha 6 anos , eu não queria ser apenas uma coisa. A ideia de ter a obrigação de ser apenas uma coisa para o resto da minha vida me entediava só de pensar.
 Eu não queria apenas uma, queria várias !
 Queria ser bailarina , veterinária e cantora ! Tudo junto e misturado , sem complicações e claro, como agora posso ver ; sem juízo também.
E enquanto lá atrás aquela garotinha perdida no espaço- tempo , almejava ambiciosamente exercer 3 funções , eu, o resultado ambulante de todas as metamorfoses dela , mal consigo escolher uma.
Irônico , não?
Por vezes chega até a ser meio cômico o modo como o crescimento e o enfrentamento da realidade acabam por desencantar todos aqueles antigos sonhos bobinhos.O famoso amadurecimento...

E não é só com sonhos que isso acontece , mas com desejos também.

Que criança nunca desejou ter algum poder , poder de ler mentes , voar  e o meu favorito : poder de ser invisível?
Para uma criança , a ideia de ser invisível , ver coisas sem ser visto e fugir de situações desagradáveis  é simplesmente irresistível. Pelo menos para mim era.

Porém no mesmo dia nublado de devaneio que comecei a ter essas reflexões , passo por uma situação em que ser invisível não é tão irresistível assim.

Desculpe não ter citado , mas se tratava de uma quinta-feira, aquele pleno dia em que as pessoas já começam a esperar ansiosamente pelo fim de semana.
Pela janela do carro , um pouco aberta sinto um dos melhores cheiros que nosso olfato pode desfrutar ; cheiro de churrasco.
Depois de alguns metros avisto a origem dele.
Uma enorme churrascaria imponente. Dentro , um formigueiro de humanos se empurrava e espremia para pegar uma mesa ou até para pagar e sair do local.Lá parecia ser o tipo de ambiente que ficaria insuportável se não houvesse ar de condicionado e era o tipo de local que mesmo sem ver , você certamente sabia que havia ar condicionado.
Do lado de fora , aquele tipo de clima bipolar : sem sol, porém muito abafado.
E um homem invisível na porta.
Com vestes pretas , rasgadas e sujas , ele vegetava ali, no meio de toda aquela confusão de carros entrando e saindo do estacionamento.
Passavam , uma , duas , três , pessoas. Ele retribua a indiferença delas nem virando a cabeça para acompanhá-las com o olhar.

Acho que sentir o cheiro,devido a fome que devia sentir, era algo que fazia com que ele se sentisse mais existente nesse mundo, um ser infiltrado além da barreira invisível que o separava das pessoas.

E mais uma vez , nessa flutuação entre dois reinos distintos de sonhos infantis e de realidade amaDUREcida enxergo o quão pode ser amarga a transição desses dois reinos.



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