Ola pessoal! tudo bem? Sabrina Aqui (a menina dos filmes)
Sei que isso pode parecer estranho, mas essa semana troquei com a minha amiga Anne e fiquei com as Crônicas! Vai ser difícil acompanhar o bom trabalho dela, mas vou tentar ne? Agora que ja me expliquei…
Mais um dia começava e como sempre, acordei, tomei banho, bebi meu cafe e fui ao trabalho, somente um dia como todos os outros, pelo menos era o que eu pensava.
Ao entrar em minha sala, minha assistente chega com minha correspondência, sempre as mesmas contas, propagandas e mais contas. Mas naquele bolo de cartas, um envelope roxo me chamou atenção. Rapidamente, peguei o envelope, e me surpreendi, pois este nao vinha com endereço, somente com um nome, Bruna Magnolli, que por surpresa minha, era uma das minhas executivas.
Assim, abri a carta e nela estava escrito exatamente:
"Prezado Sr. Gonzales,
Estou escrevendo esta carta como um manifesto aos meus direitos nesta empresa. Ontem ao almoçar com meu colega também executivo, Rubens Carvalho, descobri que meu salário seria 30% menor, e gostaria de uma justificativa, por isso marquei uma reunião com o senhor hoje as 16:00.
Muito Obrigada pela atenção, Magnolli."
Surpreso com o manifesto, continuei meu dia normalmente, mas sempre pensando no que dizer a ela. A verdade é que nunca pensei que uma mulher iria se incomodar com tal fato, esta seria a primeira a alem de se incomodar, me questionar. O que falar para alguém assim?
Depois do almoço fui para a sala e esperei dar o horário marcado. Como sempre, Bruna foi pontual. Sentou-se do outro lado da mesa e me disse:
- Boa tarde Sr. , sem mais delongas, gostaria de lhe perguntar o por que de meu salário ser 30% menor que o do Rubens.
Abismado com sua atitude forte e sua fala direta, respondi:
- Senhorita Magnolli, seu salário esta certamente no valor correspondente a seu trabalho.
- Entao por que o Rubens ganha mais? Ele esta no cargo correspondente ao meu, e se nao me falha a memória estou na empresa a mais tempo que ele. Gostaria, com todo respeito, de uma resposta valida.
Por alguns segundos, longos segundos, fiquei sem fala. Nao sabia o que falar. Nunca imaginei que uma mulher teria tanta atitude assim. Mas nao podia demonstrar que nao estava preparado para a situação, entao pedi educadamente que se retirasse da sala e que este assunto teria que ser resolvido com o tesoureiro da empresa e que eu mesmo iria tomar providencias sobre a situação do salário.
Ao se retirar, Bruna disse com o tom de voz baixo "ate sexta-feira irei aguardar sua resposta".
Saindo da sala aliviado, pensei comigo mesmo que teria me livrado da maior cilada. Estava aliviado e sinceramente, ate tinha me esquecido do que tinha prometido a Bruna, alias, ela pode ter tido seu momento de rebelde, mas é so uma mulher. O que poderia fazer? Alem do mais, sou seu chefe.
Assim os dias se passam e a sexta-feira chega, e de manha lembro dessa bendita promessa que a fiz, mas novamente penso "ela nao vai me cobrar, ela é mulher..".
Ao chegar no escritório como todos os dias. recebo minha correspondência e minha agenda da secretaria. Tudo normal. Assim como um raio, Bruna surgiu em frente a minha sala e me olhou pela janelinha pequena da porta, e por um segundo nossos olhares se cruzaram, mas assim que percebi, desviei como se nem tivesse visto. Neste exato momento, consegui ouvir Bruna se afastando da sala e ao mesmo tempo, senti seu ódio de longe, e naquele momento eu soube, que minhas decisões iam ter conseqüências. Mas novamente, o que poderia ser de tao grave afinal?
Passa o fim de semana, e em minha cabeça tocam reprises do olhar de Bruna e seu ódio enorme pelo escritório. Ansioso por segunda-feira, fiquei pensando nela.
Segunda-feira, eu sentado em minha poltrona, com a porta aberta, olhei por ela e procurei a Bruna, e esta nao se encontrava. Andei pelo escritório a sua procura, e mesmo assim, nao achei. Após as 10:00, Bruna aparece no escritório naturalmente, como se o dia de trabalho começasse naquele horário mesmo, e nao as 8:00. Mas como sabia de seu possível ódio por mim, a deixei quieta.
Exatamente as 16:00 horas, Bruna pegou suas coisas e foi embora, novamente, naturalmente. Seu horário de saída era 18:00. Fiquei revoltado.
E este comportamento se repercutiu a semana inteira, e eu com receio de irrita-la, fiquei quieto, ate sexta-feira.
No horário do almoço , tomei coragem e a chamei para conversar sobre seu comportamento inadmissível. Assim que sentamos lhe questionei :
- Me explique o por que de seus atrasos e suas saídas do escritório mais cedo.
E entao com o peito estufado, Bruna disse em alto e bom tom:
- Com todo o respeito Sr. Gonzales, como minha situação de salário nao foi resolvida, e o Sr. mesmo tinha me dito que meu salário correspondia ao meu trabalho, estou fazendo exatamente o que você disse. Estou trabalhando pela quantidade que recebo, ou seja, tirei 30% de meu horário de trabalho pois nao esta incluso em meu salário e irei continuar assim ate que o salário esteja justo e igualitário independente de gêneros.
Surpreso, fiquei sem resposta, literalmente. Nao conseguia falar. O silencio foi tao longo que ela mesmo se retirou e disse "ate amanha Sr." com uma naturalidade...
Voltei para casa, e nao conseguia tirar suas falas de minha cabeça, seu discurso de igualdade e sua persistência pelo o que quer. Ja estava decidido, seu salário seria igual a de Rubens na segunda-feira, mas aquela imagem que eu tinha de mulher ser o sexo frágil, realmente nao continua em minha vida.. Ela é diferente...
Beijinhos, Sabrina :)
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